Com a reputação em alta para 2025, a falta de registro de marca expõe pequenas agências ao risco de comprometer o futuro de seus negócios.
Um estudo realizado por Leandro Sobral, idealizador da maior comunidade de assessores de imprensa do Brasil, com mais de 25 mil pessoas integradas, revelou que 66% das pequenas e microagências de comunicação, com faturamento de até R$ 4,8 milhões, ainda não possuem suas marcas registradas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Juntas, essas 70 agências somaram um faturamento bruto de R$ 129.328.040,00 em 2023, destacando-se como protagonistas importantes no setor de comunicação. Esse levantamento, baseado no Anuário da Comunicação Corporativa 2024, expõe essas empresas a riscos significativos, como a perda de nome e identidade visual.
Além da vulnerabilidade legal, os dados revelam o perfil das agências e sua relevância no mercado. As 46 agências sem registro de marca somaram um faturamento bruto de R$ 74.117.054,00 em 2023, enquanto as 24 agências com marca registrada faturaram juntas R$ 55.210.986,00 no mesmo período. Esses números mostram que, apesar de muitas dessas empresas não possuírem proteção legal para suas marcas, elas representam um volume significativo de faturamento, destacando-se como protagonistas importantes no setor de comunicação.
Para a advogada Dra. Kelly Viana, especialista em Propriedade Intelectual, a ausência de registro compromete a segurança e a valorização do negócio. “Operar sem o registro de marca é um risco substancial para qualquer empresa que busca solidez no mercado. A marca registrada é a única forma de garantir exclusividade e segurança, especialmente em setores competitivos. Sem essa proteção, a empresa fica vulnerável à perda de sua identidade e até à possibilidade de ser impedida de usar o próprio nome no futuro,” explica. Além de proteger o nome da agência, o registro fortalece a relação com clientes e parceiros, posicionando o negócio de forma mais sólida.
No setor de PR e comunicação, onde a diferenciação é crucial, registrar a marca no INPI traz vantagens que vão além da proteção legal. Uma marca registrada torna-se um ativo tangível e valioso, conferindo exclusividade e permitindo que a empresa construa sua imagem com segurança jurídica. Além disso, o registro fortalece a identidade da agência, demonstrando profissionalismo e compromisso com a longevidade do negócio. “Registrar a marca agrega valor ao negócio, promovendo segurança jurídica e uma base sólida para crescer“, acrescenta a Dra. Kelly. Para agências que desejam expandir ou licenciar suas operações, essa exclusividade pode ser o diferencial que destaca a agência no mercado.
A importância do registro é reforçada pela experiência de Vera Lucia Rodrigues, jornalista e fundadora do Grupo Vervi, uma agência consolidada que faz parte do ranking das agências com registro em vigor e que mantém sua marca registrada desde 1981. “Poucas agências têm a consciência de que precisam registrar suas marcas para se tornarem referência em um mercado competitivo como o de assessoria de imprensa. Quando a Vervi surgiu, a reputação ainda não era uma preocupação para a maioria das empresas, mas tivemos a visão de registrar a marca para protegê-la e construir algo sério e competente. Esse comprometimento com a marca nos permitiu trabalhar de forma segura e responsável ao longo dos anos, evitando riscos de uso indevido por terceiros e fortalecendo cada vez mais nossa presença no mercado”, afirma Vera. Segundo ela, proteger a marca é mais do que uma estratégia, é um compromisso com a qualidade e a seriedade do trabalho que a agência oferece.
Para as agências que ainda operam sem o registro, os riscos vão desde a possibilidade de perder o direito de uso do próprio nome até disputas judiciais. Segundo a Lei de Propriedade Industrial (LPI), o direito sobre uma marca pertence a quem a registra primeiro. Ou seja, um concorrente pode registrar o nome e impedir a agência original de usá-lo, afetando não apenas a imagem da empresa, mas também os investimentos feitos em branding.
Lu Pimentel, fundadora do Summit Press Officer, um evento para assessores de imprensa no Brasil, destaca como a experiência de registrar sua marca no INPI desmistificou o processo. “Inicialmente, registrar a marca do evento parecia algo distante e complicado. Mas descobri que o processo pelo INPI é simples e acessível, com custos que cabem no orçamento. Iniciamos o processo de registro e estamos na fase de avaliação no INPI, que pode levar até 14 meses, mas já me sinto segura em saber que dei esse passo importante”, compartilha Lu. Ela percebeu que o registro não só protege a identidade do evento, como também fortalece sua credibilidade no setor.
“Este é o momento ideal para as agências de comunicação se atentarem ao registro de suas marcas. Em um mercado em constante expansão e com uma competição crescente, ter uma marca registrada não só oferece segurança, mas também um diferencial competitivo. Vale a pena buscar um especialista que possa avaliar a viabilidade do registro da sua marca, analisando critérios importantes na etapa de pesquisa e garantindo uma proteção assertiva para a marca”, finaliza Sobral.
Passo a passo para verificar a disponibilidade e processo de registro da sua marca no INPI
Para as agências interessadas em proteger sua marca, o processo de registro no INPI é relativamente simples e pode ser feito em algumas etapas:
- Consulta de disponibilidade: Acesse o site do INPI e confira se a marca desejada já existe.
- Solicitação de registro: Se o nome estiver disponível, é hora de preencher o formulário de pedido de registro, com todos os dados da marca e da empresa.
- Acompanhamento do processo: O INPI realiza uma análise que deve ser acompanhada, com prazos para oposições e outras etapas.
- Manutenção do registro: Uma vez aprovado, o registro deve ser renovado periodicamente para manter a proteção ativa.
Em um mercado onde a reputação é tudo, registrar a marca é um investimento estratégico. Mais do que proteger um nome, é uma forma de garantir segurança e construir o futuro da agência com credibilidade.
