A recente controvérsia envolvendo a marca Tânia Bulhões evidencia a importância da autenticidade e da gestão de crise para preservar a reputação e o valor de uma marca
A recente polêmica envolvendo a marca de luxo Tânia Bulhões trouxe à tona discussões sobre a autenticidade e o valor percebido de produtos de alto padrão. Tudo começou quando uma influenciadora digital identificou, em um café na Tailândia, uma xícara idêntica à da coleção Marquesa da marca brasileira, porém sem o logotipo. A situação gerou questionamentos sobre a exclusividade e originalidade das peças, levando a empresa a descontinuar algumas coleções e a anunciar a ampliação de uma fábrica própria em Minas Gerais para garantir maior controle de produção.
Uma marca vai além de um logotipo; para a especialista em comunicação Vivian B. Koqui, ela “representa um conjunto de valores, promessas e experiências que a distinguem no mercado” No segmento de luxo, esse valor é ainda mais pronunciado, pois os consumidores buscam exclusividade, qualidade superior e designs únicos. “Elementos como identidade visual coerente, embalagens sofisticadas e atendimento personalizado contribuem para a construção desse valor. Quando há uma dissonância entre a promessa da marca e a percepção do consumidor, como no caso de produtos supostamente exclusivos encontrados em contextos comuns, a confiança é abalada, afetando diretamente a reputação e o posicionamento da empresa”, explica Vivian.
A situação enfrentada por Tânia Bulhões também oferece valiosas lições sobre gestão de crise. A transparência na comunicação é crucial para que a marca se posicione de forma clara junto aos seus consumidores. “Admitir falhas, explicar as circunstâncias e delinear ações corretivas ajudam a restaurar a confiança”, diz a especialista.
No caso em questão, a empresa emitiu comunicados explicando o ocorrido e as medidas adotadas, por meio de seu CEO, em uma ação rápida e decisiva, respondendo prontamente à crise e demonstrando comprometimento com a satisfação ao cliente. “A decisão de descontinuar coleções suspeitas e investir em produção própria são exemplos de medidas proativas para resolver o problema e prevenir recorrências”, complementa Vivian.
Segundo Vivian, o monitoramento contínuo em redes sociais e outros canais é outro fator importante e permite mapear a percepção dos consumidores e a identificar potenciais crises, antes que elas se amplifiquem.
A especialista ainda alerta que cada crise oferece uma oportunidade de aprendizado. “Revisar processos internos, fortalecer relações com fornecedores e aprimorar controles de qualidade são passos essenciais para evitar problemas futuros”, diz.
E finaliza: “a gestão eficaz de uma marca requer mais do que a criação de produtos de qualidade; envolve a manutenção de uma reputação construída sobre confiança, autenticidade e valor percebido. Situações de crise, embora desafiadoras, podem servir como catalisadores para melhorias e reforço dos compromissos da empresa com seus clientes. Ao adotar práticas transparentes e proativas, as marcas podem não apenas superar adversidades, mas também emergir mais fortes e resilientes”.
Sobre Vivian B. Koqui: Vivian é sócia da Agência 2205wv e especialista em comunicação com mais de 10 anos de experiência em marketing estratégico, social media, inteligência de mercado, ações de branding, performance digital e PR.
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