Como assim educar o cliente?

Se você pensar bem, todo jornalista é um educador e essa afirmação nem deveria causar estranheza, mas causa. Causa porque temos uma visão simplista do ser humano: ou somos isso ou aquilo, mas há muito mais interconexões de temas, assuntos e – por que não? – profissões do que podemos imaginar.

Pense comigo: todos os dias trabalhamos com disseminação de informações – seja nas redações, nas agências ou dentro das empresas – e, quanto mais didáticos formos, maiores nossas chances de sucesso.

Mas a relação entre jornalismo e educação precisa ser melhor explorada. Nós, assessores de imprensa, precisamos olhar para o lado de lá com mais criticidade. Um bom professor é hábil em estratégias para engajar seus alunos a fim de fazê-los cumprir o que foi proposto e a gente precisa disso.
Só que, ao invés de alunos, temos clientes.

Nossos clientes não conhecem o trabalho de assessoria, não sabem a que viemos e a imprensa, muitas vezes, é algo distante demais da sua realidade. Assim como a matemática é distante demais da realidade de uma criança e o professor precisa conseguir se conectar com a realidade do aluno, aproveitar suas experiências e vivências pessoais para fazê-los entender o que significa somar 2 com 2 para além da decoreba.

Não queremos clientes que ajam no automático, mas que sejam proativos e auxiliem nosso trabalho. Precisamos que nos tragam dados, histórias e informações que sejam relevantes, mas entendendo que “relevância” pode ser um conceito bastante subjetivo. Dessa forma, o primeiro passo que devemos fazer ainda no media training, antes do rolê, de fato, começar é explicar-lhes o que é notícia.

Sabe o básico? Intensidade, ineditismo e impacto social. Fale sobre isso, demore um tempo explicando o que é notícia usando exemplos daquela empresa/ profissional. Isso vai facilitar um tanto o seu trabalho, acredite! Atendendo a franquias, tenho muitos clientes e esse trabalho educativo tem me trazido resultados bem interessantes.

Para nós, entender o papel da imprensa para a construção de reputação e autoridade é muito óbvia, para o cliente nem sempre porque, no fim do dia, o que ele quer é aumentar suas vendas e ver o dinheiro entrando. Natural e perfeitamente compreensível. A gente precisa dar um passo atrás e olhar sob a perspectiva dele para criar alternativas que o faça entender que não trabalhamos com imediatismo, mas com processos.

Eu gosto de dizer que o nosso trabalho é fazer com que a marca more da cabeça dos clientes em potencial de forma definitiva. O que isso quer dizer? Que a marca deve ser a única opção do cliente quando pensarmos no produto/serviço que ele oferece. Ou você consegue pensar em outro refrigerante além de Coca-Cola de bate-pronto?

Mostrar ao cliente que a Coca-Cola não chegou nesse lugar, apenas, por meio da propaganda e do marketing, pode ser um bom começo de conversa. Aliás, você já explicou para ele sobre o que é, de fato, a comunicação de uma empresa?

Este é assunto para o próximo post, por ora, vamos nos ater ao fato de que o processo educacional dos nossos clientes depende, MUITO, da nossa criatividade, mas também da nossa humildade. É hora de descermos do nosso pedestal para fazermos o trabalho mais precioso do jornalismo: a escuta ativa.

Você está preparado (a) para esse desafio?

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