Uma grande parcela do nosso mercado é composto por profissionais que trabalham de maneira solo e autônoma, as EUgências. E quem não é hoje, certamente em algum momento foi.
Essa é a porta de entrada para muitos que querem começar a empreender no setor (ainda mais com a chegada do MEI, que tornou mais fácil esse processo), e também o caminho tomado por quem nem queria, mas não viu outra opção que não ser um assessor autônomo.
Foi o meu caso. Nunca tive o desejo de ter uma empresa, nunca me vi sendo a dona de um negócio, mas como eu não tinha mais opções interessantes de trabalho no interior e não queria morar na capital, o que me restava era construir minha própria carreira.
Independente de qual foi o seu motivo, você agora é uma EUgência e portanto esse conteúdo visa te ajudar.
“Ah Thaise, mas eu não quero crescer e ter um monte de funcionários”. Ainda assim ele é para você.
“Thaise eu já passei dessa fase”. Te recomendo analisar se atingiu esses dois objetivos e caso não, estabelecer como meta.
Características – e armadilha – da EUgência
Quando começamos a atuar de forma autônoma, via de regra é sozinho, sem nenhum funcionário fixo, então a pessoa nesta fase é a responsável por fechar e atender os clientes, emitir as NF, fazer financeiro, relatórios, enfim, tudo.
Ou seja, o assessor é OPERACIONAL e GESTOR/ESTRATÉGICO ao mesmo tempo. E sim, é muito cansativo se dividir entre as duas cadeiras, principalmente porque muitas vezes estamos aprendendo a empreender, a ser autônomo, e não temos ideia de como fazer a gestão.
E é aqui que mora a armadilha:
Ainda que você não queira crescer e ter um monte de funcionários, ainda que você esteja no comecinho com 1 ou 2 clientes, você PRECISA se ver e se tratar como uma empresa.
Se você não aprender a gerir seu financeiro quando fatura R$3 mil, não vai saber fazer quando faturar R$15 mil. Se você não se enxerga como uma empresa séria agora, não vai fazer quando tiver funcionários e outros tantos desafios.
Não se ver como empresa e esperar crescer para depois aprender a gerir é o erro mais frequente. E o maior responsável pelo fracasso de tantas eugências.
Só avance depois de conquistar esses DOIS OBJETIVOS
Nos dois anos em que fui Eugência eu sempre me tratei como uma empresa, ainda que trabalhasse da mesa do meu quarto em um computador de R$800. Não importava. À partir do momento que abri meu CNPJ abri também uma conta PJ, separava um salário para mim fixo e todo o resto eu aplicava na empresa.
Vou mergulhar mais nesses assuntos de gestão financeira em outras colunas, mas de ponto de partida sobre gestão para quando se está começando, existem dois objetivos que considero FUNDAMENTAIS a serem conquistados.
- CONSTRUÇÃO DE CASES: Eu sabia que se quisesse crescer muito ou pouco, se quisesse construir um nome forte entre tantos profissionais, eu precisaria de cases. Precisaria de clientes cujo resultado fosse impactante ao ponto de me referenciar como Assessora e também criaria um movimento de me trazer clientes com menor esforço.
Foi com esse foco que construí cases de Assessoria de Imprensa como Cátia Damasceno, Rodrigo Góes, Primo Pobre e tantos outros. Com eles testei muitas coisas, cresci meu trabalho enquanto eles também cresciam as marcas deles, e hoje meus resultados chegam junto com meu nome. Comecei com eles quando eles estavam começando.
Para mim, quando você é uma EUgência o seu foco precisa ser em buscar clientes que te ajude a pagar as contas, mas também com quem você pode desenvolver o seu nome, testar serviços.
A gente cresce quando tem portfólio de cases. Precisamos de dinheiro? Sim, claro, mas a sua cabeça precisa estar em faturar no longo prazo com o seu trabalho e não somente naquele mês.
- RESERVA DE EMERGÊNCIA: sabe o que acontece quando você não tem reserva de dinheiro? No primeiro atraso de pagamento de um cliente ou uma saída, você desmorona. Não existe essa de você pensar em contratar um funcionário ou fazer qualquer outro passo antes de construir sua reserva de dinheiro. Quando você é Eugência é quando você tem menos custos, então é o momento em que você precisa tirar um salário-fixo e o restante você poupa.
O que a sua conta PJ fatura NÃO É O SEU SALÁRIO. O seu salário é um valor fixo e o restante é da empresa. É desse restante (não importa se sobra pouco no começo) de onde você vai construir sua reserva de emergência e depois o seu fluxo de caixa.
Eu pude chegar ao ponto de escolher os projetos que queria atender, pude investir e desenvolver minha empresa e principalmente, desenvolver a ELAS TRABALHAM que é o meu projeto solo e que se tornou uma empresa 100% independente, porque de 2018 a 2020 eu foquei em poupar e construir reserva de emergência.
E foi inclusive com essa reserva de emergência que eu lidei com a Pandemia de maneira infinitamente mais leve, do ponto de vista financeiro se comparado a muitos colegas.
Como anda por aí esses dois objetivos?
Te encontro aqui toda quarta-feira.
Abraços, Thaise Xavier
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