O fim dos releases? Como a assessoria de imprensa está reinventando suas estratégias

Durante décadas, o press release foi a espinha dorsal do trabalho de assessoria de imprensa. Empresas e personalidades contavam com esse formato para divulgar novidades, gerenciar crises e fortalecer sua imagem junto à mídia. No entanto, em um cenário onde o consumo de informação se tornou cada vez mais dinâmico e as redações estão sobrecarregadas, o formato tradicional de release parece estar perdendo espaço.

Se antes os jornalistas dependiam dos comunicados oficiais para construir pautas, hoje a relação mudou. Muitos profissionais da imprensa afirmam que raramente abrem releases enviados por e-mail, enquanto outros dizem que o modelo precisa ser reinventado. O que isso significa para a assessoria de imprensa? O fim do release tradicional ou a necessidade de adaptação?

Por que os releases estão sendo ignorados?

A mudança no comportamento dos jornalistas tem razões claras. Entre os fatores que explicam o declínio da eficácia dos releases tradicionais estão:

  • Excesso de envios: Redações recebem centenas de releases diariamente, tornando inviável a leitura de todos.
  • Falta de personalização: Releases genéricos e sem contexto relevante para o veículo são rapidamente descartados.
  • Jornalistas mais autônomos: Com acesso a redes sociais, bancos de dados e outras fontes diretas, muitos jornalistas preferem buscar informações por conta própria.
  • Formato engessado: Muitos releases seguem um modelo padronizado e pouco atrativo, com linguagem corporativa e pouca conexão com a realidade jornalística.

O que está substituindo o release tradicional?

Se o release convencional está perdendo força, quais estratégias podem ser mais eficazes? As assessorias estão explorando novos formatos para se manterem relevantes. Entre as tendências que têm se mostrado mais efetivas, destacam-se:

  • Storytelling e narrativas envolventes: Releases frios e objetivos estão dando lugar a textos que contam histórias reais e envolvem o leitor.
  • Conteúdo multimídia: Vídeos, infográficos e podcasts são cada vez mais utilizados para complementar informações e atrair a atenção da imprensa.
  • Contato direto com jornalistas: Em vez de disparos massivos, assessores estão optando por abordagens personalizadas, enviando pautas adaptadas ao perfil de cada veículo.
  • Uso estratégico das redes sociais: Empresas e clientes estão anunciando novidades diretamente no LinkedIn, X (Twitter) e Instagram, levando os jornalistas a se informarem primeiro por esses canais.
  • Eventos exclusivos e experiências imersivas: Coletivas de imprensa e encontros presenciais ou online têm se mostrado mais eficazes do que simples comunicados escritos.

O release morreu?

Apesar da queda de eficácia do modelo tradicional, o press release ainda tem seu espaço quando bem utilizado. O segredo está na adaptação. Releases bem escritos, com informações relevantes, dados exclusivos e linguagem acessível, continuam sendo valiosos para jornalistas que buscam conteúdo confiável e de qualidade.

A assessoria de imprensa que souber se reinventar, adotando novas formas de abordagem e explorando formatos mais atrativos, continuará a desempenhar um papel fundamental na relação entre marcas, empresas e a mídia. O que está claro é que a comunicação precisa evoluir junto com o jornalismo – e o fim dos releases, na verdade, pode ser apenas um novo começo.

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