Se você me acompanha por aqui, já deve ter notado que a palavra que mais tenho usado é “reputação”. Não por acaso. Cada vez mais, acredito na importância desse ativo na construção de marcas, tanto institucionais quanto pessoais. Por isso, hoje o foco é na marca pessoal.
Por muito tempo, o porta-voz foi visto como alguém que falava apenas quando solicitado e, geralmente, de forma protocolar. Mas, em um mercado onde a reputação se tornou um ativo estratégico, a liderança não pode mais se esconder. A verdade é simples: a reputação de uma empresa está diretamente ligada à reputação de quem a lidera. E, nesse contexto, a comunicação executiva deixou de ser coadjuvante para assumir um papel de protagonista.
A marca pessoal como extensão da marca corporativa
Quando um CEO se posiciona com clareza sobre temas relevantes e ligados à companhia, ele não está apenas compartilhando uma opinião. Está transferindo autoridade e credibilidade para a empresa. A liderança visível, coerente e ativa reforça o valor institucional e atrai atenção qualificada.
Pense no impacto que nomes como Rony Meisler, Luiza Trajano, Guilherme Benchimol ou Cristina Junqueira têm sobre suas marcas. Eles se tornaram referência não só pelo que construíram, mas também pela forma como comunicam o que acreditam.
Humanizar para conectar
Em um ambiente corporativo cada vez mais automatizado, a fala de um executivo bem preparado tem o poder de gerar empatia, transparência e autenticidade. As pessoas querem saber quem está por trás das decisões. Elas confiam mais em pessoas do que em slogans.
E não estamos falando apenas da imprensa tradicional. Um post no LinkedIn, um vídeo curto com visão de futuro, uma participação em podcast ou um artigo assinado são oportunidades valiosas de posicionamento. O canal ideal vai depender do público, do momento e da estratégia da empresa.
Na minha rotina, vejo de perto como a comunicação executiva pode abrir portas. Muitas vezes, é um bom artigo assinado ou uma fala bem colocada que chama a atenção de um cliente, um investidor ou um parceiro estratégico. Não é sobre vaidade. É sobre reputação.
Silêncio também comunica — e pode custar caro
Muitos líderes ainda subestimam o impacto de não se posicionar. Em tempos de crise, essa ausência costuma ser interpretada como omissão. Em tempos de crescimento, como falta de visão. A liderança comunica, queira ou não.
É por isso que cada vez mais empresas estão colocando a comunicação de seus executivos no centro das estratégias reputacionais. Não se trata de exposição, mas da construção de narrativas sólidas, coerentes e sustentáveis, com protagonismo e responsabilidade.
Executivos preparados têm mais impacto
Uma comunicação eficiente não depende só da vontade do executivo. É trabalho de bastidor. Envolve media training, planejamento de temas, apoio na redação de artigos, orientação para entrevistas, inteligência de dados e leitura de cenário. Ter um time de comunicação atento e estratégico é fundamental para garantir que a presença pública da liderança esteja sempre alinhada aos objetivos da marca.
Liderar também é se comunicar
A reputação não se constrói apenas com boas campanhas. Ela é sustentada, no longo prazo, por vozes confiáveis, coerentes e atuantes. Executivos que ocupam esse lugar de forma estratégica fortalecem a imagem da empresa, geram valor para o negócio e se tornam referência dentro e fora do setor.
A pergunta que fica é: sua empresa está colocando seus líderes em cena ou está deixando que o silêncio ocupe esse espaço?