Assessoria de Imprensa e a nova influência corporativa: estratégia, reputação e impacto

Já não é de hoje que temos visto o trabalho do assessor de imprensa se expandir para muito além do relacionamento com os veículos de mídia tradicionais. Passamos pela fase de entender como os canais digitais poderiam fazer parte do trabalho estratégico de posicionamento de marca e agora mergulhamos em uma nova fase de adaptação dos porta-vozes e como eles também precisam se adequar a um cenário ainda mais dinâmico e veloz.

Neste panorama de constante transformação digital e social, somado à fragmentação da atenção do público, eis que surgem os influencers corporativos. A presença dos porta-vozes deixa de ser uma construção passiva para se tornar uma estratégia ativa, que integra não apenas a mídia tradicional, mas também redes sociais, plataformas próprias e novos mensageiros/embaixadores. Mais do que garantir visibilidade e notícias “emplacadas” na imprensa, o assessor de imprensa é responsável por moldar narrativas, fortalecer reputações e construir conexões diretas entre marcas e consumidores, apoiando o marketing neste processo. Com isso, é inegável a atuação estratégica da assessoria de imprensa na identificação de potenciais influenciadores corporativos, preparo, alinhamento de discurso, planejamento estratégico e até mesmo acompanhamento no desenvolvimento de conteúdo.

No final do ano passado, li uma publicação do portal Publicitários Criativos que mencionava o case “Beauty Week” do Grupo Boticário, uma espécie de Black Friday para as marcas do grupo. A matéria destacava a estratégica da marca Quem Disse, Berenice? de utilizar seus próprios colaboradores como influenciadores, que foram às redes sociais para compartilhar suas escolhas favoritas entre mais de 400 produtos, com descontos de até 70%. Ao portal, Marcela de Masi, Diretora Executiva de Branding e Comunicação do Grupo Boticário, explicou: “Apostamos na nossa própria equipe para mostrar produtos que realmente fazem parte da rotina deles, com dicas que são, acima de tudo, reais e próximas do público”. Ou seja, eles realmente usam e apostam no que vendem. Magalu, Nestlé e Vivo também já começaram a apostar nesse tipo de abordagem, pois entenderam que a convergência do mundo corporativo com as redes sociais é um caminho sem volta.

E aí, você pode até me dizer que isso é responsabilidade do marketing, mas o alinhamento do discurso, preparo e como isso é divulgado, não. O papel do assessor de imprensa nesse novo contexto não é simplesmente divulgar ações como essa, mas, sim, garantir que a mensagem atinja os públicos e canais certos, e com um tom adequado. A narrativa precisa ser bem construída para que a estratégia não pareça apenas uma ação oportunista.

Esses exemplos mencionados anteriormente refletem uma mudança profunda na forma como as empresas constroem confiança e engajamento, e a assessoria de imprensa precisar estar presente nisso. Um estudo da Nielsen (2023) sugere que mais de 90% dos consumidores confiam mais em recomendações pessoais do que em publicidade. Além disso, essa aposta em influência corporativa pode ser uma grande aliada no reforço do papel de uma cultura organizacional forte, que é considerada essencial nos dias de hoje.

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