Eu nunca gostei de rótulos, nunca acreditei que as pessoas devessem ser classificadas por cor, sexo, gênero ou preferências. Mas ultimamente são tantas as notícias relacionadas as gerações (Baby Boomer, Y, X, Z, Alfa e Beta) que neste artigo quero falar um pouco da minha visão com relação ao mercado de trabalho em assessoria de imprensa, que é o meu mundo há mais de 20 anos.
Eu sou da geração X, boa parte dos meus colaboradores são da Geração Z e aqui na Publika.aí atendemos clientes de todas as idades, mas os principais são como eu, da Geração X, mas temos também os Y e os baby Boomers. Ou seja, um mix de perfis, de culturas, de pensamentos e de posturas diferentes… isso sem falar dos jornalistas do outro lado do balcão (sim, eu aprendi esse termo quando ingressei em assessoria e o uso até hoje), e aqui me refiro aqueles que temos contato diário vendendo nossas pautas e que também representam diferentes gerações. Um verdadeiro choque cultural que pode ser interpretado como um problema real ou como uma possibilidade de aprendizado. A única coisa que não pode, nunca, é se permitir ficar falando mal da outra geração como se apenas uma, no caso a sua, tivesse qualidades.
Ficar preso ao pensamento de que na sua época não era assim, é a pior maneira de evoluir e aprender. Claro que em determinadas situações a diferença cultural pode ser brutal, mas a minha reflexão vai muito além do ano em que a pessoa nasceu. Afinal, se colocamos todo um grupo (nascido em um período específico) como um problema, será que eles são mesmo um problema ou nós que nos colocamos em um patamar diferente (e melhor)?
Ah, mas a Geração Z não quer saber de nada com nada, pode até ser que alguns não queiram mesmo; mas vai me dizer que lá trás, não tinha nenhum Baby Boomer que morou a vida toda na casa dos pais sem nenhuma responsabilidade? Assim como existem profissionais em começo de carreira, cheios de vontade de fazer acontecer, abraçando as oportunidades e se destacando no mercado de trabalho. E são eles, que estão em falta no mercado de trabalho e sendo disputados pelas agências.
E apesar do mundo ter mudado, a maneira como as pessoas se informam, criam seus filhos, ganham dinheiro; tudo está diferente. Mas não é a idade que faz com que as pessoas alcancem degraus mais altos ou se mantenham estagnadas, o que diferencia estas pessoas, seja numa entrevista de emprego ou no dia a dia, é a postura, a maneira como ela encara os desafios, focando em resultados, não em desculpas.
Assim, posso dizer que como empresária e contratante, é importante estarmos de olho nas evoluções do mercado, nas características de cada geração para que possamos entender os anseios e as motivações de cada pessoa, mas não podemos deixar de prestar atenção naquilo que brilha o olho do candidato, nas suas aspirações, no quanto ele está disposto a aprender com os iguais, com os semelhantes e com os diferentes. Esse papo de que a Geração Z precisa se adaptar ao mercado ou que o mercado precisa se adaptar à Geração Z é só mais uma desculpa para quem prefere deixar a sua responsabilidade de lado apontando o dedo para o outro.
Não é a Geração que determina o seu sucesso ou o seu insucesso, mas o quanto você está disposto a ir atrás dos seus sonhos. Sem papo de coach ou conteúdo motivacional, para se destacar no mercado de trabalho, principalmente em agências, onde a pressão por resultados é enorme, o dinamismo da informação e o excesso de concorrentes é gritante, eu digo que a equação é simples e serve para qualquer geração: saber o que quer (aonde você quer chegar e o que te move); ter essa resposta muito clara; fugir das distrações e se manter disciplinado até chegar lá.
Parece difícil? Pode até ser, mas enquanto isso não for claro, as chances de você viver insatisfeito, pulando de galho em galho e pensando em mudar de profissão, são enormes. Comece fazendo o básico bem-feito que você irá longe!
Boa sorte!