Cultura é o que respira, comunicação é o que faz pulsar

Cultura é oxigênio. Elemento básico para o bom funcionamento do corpo empresarial . Ela se constroi nos ritos, valores, hábitos, costumes, linguagem e tradições que conectam um grupo de pessoas a partir de experiências compartilhadas. É a identidade coletiva que molda o comportamento e norteia decisões, seja em casa, na escola, na rua — e, claro, nas empresas.

Mas por que tratar de cultura em um espaço voltado à comunicação e à educação? Porque, meus caros, comunicação e educação são filhas diretas da cultura. E, como tal, elas a nutrem e a redesenham todos os dias.  São ferramentas de construção, transformação e, sobretudo, de permanência dessa cultura.

A cultura  organizacional é o conjunto de valores, propósito, visão de futuro, práticas e símbolos que definem quem aquela empresa é — e quem ela não é. É aquilo que deveria ser vivido por todos, do time de limpeza à presidência, desde o momento em que se coloca o crachá pela primeira vez. Cultura não é discurso de PowerPoint. É prática diária. E, mais que isso: é coerência vivida.

Discurso sem prática, não cola mais. Vivemos tempos em que a busca pela coerência é uma premissa. Não dá mais para se esconder em oratória vazia.

Para nós, comunicadores, não há como contar bem uma história se não a conhecemos por dentro. Comunicar uma marca, uma empresa ou uma instituição exige imersão profunda e uma leitura sensível de subjetividades.

 Só entende verdadeiramente a essência de um negócio quem circula pelos corredores, ouve as conversas informais, lê nas entrelinhas, observa o jeito de ser e fazer da liderança e dos times. A comunicação precisa estar a serviço dessa interpretação minuciosa. Porque cultura não é o “textinho bonito” da aba “Quem somos” no site institucional.

Cultura é o oxigênio respirado nos corredores da empresa. E esse gás, que oxigena e faz o corpo empresarial funcionar,  precisa circular. Quem faz esse elo entre os pontos, ligando todas as áreas, como uma corrente sanguínea viva e pulsante — da operação à estratégia, do interno ao externo — é ela: a comunicação. A nossa velha conhecida, a rainha dos bastidores e, cada vez mais, protagonista nas mesas de decisão.

É por meio da comunicação que traduzimos valores em ações, missão em atitude, visão em diretrizes. Mas para que isso funcione de forma genuína, é preciso unidade narrativa. Uma mensagem única, coerente, compreendida e vivida por todos. E mais: precisamos lembrar sempre que a cultura é viva. Ela muda. Ela acompanha as transformações sociais, os novos tempos, as novas gerações.

Quem, como eu, já viu impérios ruírem por falta de coerência e viveu absurdos dentro de redações, sabe bem do que estou falando. O que era aceitável há vinte anos hoje não cabe mais — e que bom que não cabe. A cultura se reinventa, se atualiza. Mas a essência, essa precisa resistir. Porque é ela que dá sentido e coerência ao todo.

Empresas crescem, mudam de porte, escalam, conquistam mercados. Mas a comunicação deve acompanhar cada passo desse processo com clareza, estratégia e sensibilidade. Cada nova fase precisa ser bem comunicada e acompanhada por um processo educacional que ajude cada elo — colaboradores, parceiros, fornecedores — a se apropriar do novo cenário sem perder o senso de pertencimento.

Porque, sejamos francos: não há corpo que se sustente de pé e funcional quando os órgãos não estão em sua máxima potência. Com a comunicação é a mesma coisa:   não há comunicação externa forte quando a interna está desalinhada. O discurso precisa fazer sentido dentro da casa antes de ecoar para fora. E isso exige um olhar atento ao momento atual do negócio, às demandas do mercado, ao perfil dos gestores e à realidade dos times.

Sem essa sinergia, a cultura sufoca a comunicação antes mesmo de virar pauta e não há planejamento que evite o caos. Grandes crises nascem da falta de coerência e de transparência no processo comunicacional.

Por isso repito — e repito com convicção de quem já viu muitos corpos empresariais colapsarem por falta de oxigênio: comunicação é estratégia.

 E uma boa estratégia, hoje, mais do que nunca, pauta a sociedade. Ainda mais em tempos de redes sociais, onde tudo se amplifica, se questiona e se transforma com a velocidade de um clique.

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