Equipe PJ x CLT: Nosso mercado precisa ter essa conversa

Há algumas semanas trouxe aqui para a coluna uma discussão sobre  o que considerar na hora de escolher um colaborador com ou sem experiência em Assessoria de Imprensa e Relações Públicas. O papo de hoje traz uma outra pauta dentro do tema de gestão de equipe que vale muito um mergulho: a decisão pelo regime PJ ou CLT.

A relação PJ virou algo comum no nosso mercado, centenas de agências possuem esse tipo de vínculo com seus assessores e o raro é quando uma agência oferece uma vaga CLT. O primeiro e unânime argumento é o de que é muito caro registrar o funcionário – e não vou discordar disso.

Entretanto,  queria trazer duas perguntas para refletirmos e abrirmos a conversa:

  • O risco que você e o seu negócio correm, vale a pena?
  • Ao colocar na ponta do lápis, será mesmo que está saindo mais barato manter PJ?

Antes de trazer alguns olhares sobre essas duas questões,  vou abrir o meu bastidor com relação a esse tema. Por que eu já estive dos dois lados.

Como eu comecei

Já contei aqui que abri minha empresa em 2018 (como MEI) e depois de estruturar a Reserva de Emergência e o Fluxo de Caixa, comecei a montar minha equipe – em 2021 duas pessoas, 2022 mais duas … Cheguei a nove funcionárias e hoje somos seis.

Neste começo o regime era PJ, porque eu não tinha condições de arcar com o CLT, mas também precisava de uma equipe para crescer. Não era o que eu queria, mas era o que eu podia e talvez essa seja a realidade de 99% das pessoas quando começam. Eu entendo bem.

É engraçado porque sempre que eu contratava eu explicava que seria PJ, mas deixava claro que a empresa estava trabalhando para registrar toda a equipe logo que possível. Eu sou sempre muito transparente com quem trabalha comigo, mas é curioso como nenhuma delas havia cogitado que seria de outra forma – pra vermos o quanto é uma prática comum do mercado.

Para compensar o PJ, estruturei alguns benefícios – como férias remuneradas – e fui me organizando financeiramente. E aí em 2023 pude finalmente registrar todo mundo e agora trabalhamos para melhorar os benefícios.

O risco que você e o seu negócio correm, vale a pena?

Muitos colegas contratam de forma PJ porque é como podem para começarem e eu entendo, foi meu caso também. Entretanto, a esmagadora maioria continua dessa forma. Se é uma prática comum no nosso mercado, por que mudar?

Honestamente eu acho que é um erro.

Primeiro você coloca seu negócio em risco, nem preciso dizer muito sobre isso.

Segundo, numa relação PJ você não pode cobrar nenhum vínculo, não pode exigir da pessoa horário, exclusividade e afins, e está o tempo todo numa linha tênue da relação. E ainda que seja comum também ignorarem isso, você tem um colaborador que vai te ver como mais um lugar, do qual ele está louco pra cair fora assim que possível.

CLT não é garantia de nada, mas PJ é menos ainda.

Na minha visão, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas são um serviço em que você está muito próximo do cliente e você precisa de uma equipe ponta firme que você pode delegar tarefas, que o cliente pode ter como referência – e assim não ficar tudo em cima de você.

Se a cada mês você apresenta alguém diferente para o cliente, o que isso passa sobre o seu trabalho e a sua agência?

Com uma equipe PJ, que você até pode cobrar um vínculo, mas no fundo ambos sabem que ele não existe, você dificilmente  consegue estabelecer processos, organização, estilo de trabalho…

Será mesmo que está saindo mais barato?

De novo, sim,  o CLT tem encargos e tem um investimento, mas a paz que você tem com isso não tem preço.

O fato de que você tem aquela equipe como sua e dessa forma você sabe que pode sair para prospectar, porque vai ter como atender.

O fato de você dar mais profissionalismo à sua agência, podendo assim investir naquelas pessoas que vão ajudar a crescer o seu negócio e gerar mais lucro para todo mundo.

Você poder estabelecer processos e melhorar constantemente, estabelecer uma rotina de trabalho para você e a equipe, férias, e passar toda essa estrutura organizada para gerar ainda mais valor ao seu serviço.

E tantos outros pontos.

Sim, é um processo, sim dá medo de você não conseguir arcar com esse compromisso,mas são etapas e que pedem um planejamento. Tá tudo bem levar um tempo, mas não deixe essa situação provisória virar algo permanente.

Te encontro aqui toda quarta-feira.

Abraços, Thaise Xavier

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